Condição, de Wilson Guanais
escrever
poemas
a gente
escreve
mas Poesia
mesmo
é mais
em Cima
deve ser
por isso que
(no avesso
de tudo)
a alma
Decanta
e o Poeta
Voa
Um Novo Tempo, de Clodoaldo Lima
Houve um tempo de terror onde os primatas ficaram confinados
dentro das suas cavernas. Os guinchos de insatisfação eram frequentes, por não
poder sair para selva.
A raiva tomava conta das famílias, os machos por não poder
tomar o néctar das frutas com seus amigos, as fêmeas, por não ter as amigas
para conversar; a “peste” não deixava.
Uma história sobre lobo mau e chapeuzinho vermelho? Não. Na
sociedade dos macacos, onde os líderes de outros bandos lutavam pelo domínio de
território, vários mordiam-se e agrediam-se pelo poder. Primatas rivais iam
para o confronto a todo momento, ameaças e ataques de “fezes” ao rei. Por quê?
Ele tratava a peste com desdém, diferente de outras florestas bem longe dali.
A macacada não podia andar em bando pela floresta, andavam
sós. Havia caçadores cruéis à espreita que prendiam macacos em jaulas e os
deixavam ainda mais enclausurados. Macacas “feiticeiras” cuidavam dos doentes,
mas mesmo assim, macacos morriam aos milhares, anciãos iam primeiro e com eles,
a sabedoria dos clãs. 53
Símios sentiam-se cada vez mais perdidos com a grande batalha
que enfrentavam, a “peste”, não perdoava, jovens começavam a partir. O rei dos
macacos... pouco fazia. O curandeiro da grande floresta teve o cargo usurpado
por fazer seu trabalho. Ele não gostou e colocou outro em seu lugar.
A “peste” não perdoava. A comida já beirava a escassez e os
negociantes aumentavam os preços deixando os macacos tristes e nervosos. O
tempo demorava a passar, e trancado em suas cavernas, os dias eram “incertos”.
Os macacos “Merlins” estavam longe de descobrir a poção. A “peste” só
aumentava.
Poema de ontem, de Brunno Vianna
As pessoas estão nas
janelas
As cidades estão nas
gavetas
As cores, na panela
As luzes, todas acesas
Abro as portas
Históricas-histéricas
Para sentir ainda
Sem as métricas
O poema de ontem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário