segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O Tempo não para.... Cazuza também não!

Agenor de Miranda Araújo Neto, conhecido popularmente como Cazuza morreu em sete de julho de 1990, vítima do HIV,mas sua obra e o seu nome estão mais vivos do que nunca, seja através de sua mãe, Lucinha Araújo, engajada em projetos sociais, seja através do cinema, do teatro ou shows de hologramas. No cinema, o poeta foi vivido por Daniel de Oliveira e no teatro por Emílio Dantas. Duas visões de Cazuza diferentes, mas que se completam.

Daniel de Oliveira se preparou um ano e meio para viver um dos personagens mais importantes de sua carreira. O ator disse à Revista Época que chegou a alugar um apartamento em Leblon e colocou um poster dele no seu quarto para se acostumar com a imagem. Mas teve um momento em que Walter Lima Júnior disse para o Daniel esquecer o Cazuza, jogar tudo fora e fazer ele mesmo. A convivência com Lucinha Araújo e com os amigos de Cazuza da época foi fundamental, tanto para Daniel de Oliveira quanto para Emílio Dantas, que interpretou Cazuza no teatro. O estilo despojado de Cazuza influenciou todo o trabalho por trás das câmeras. Trabalharam apenas com câmeras leves. Para alguns fãs, o filme não foi tão fiel, faltaram algumas coisas. Claro que faltaria. São dez anos contados em noventa minutos. Mas isso é Cazuza: sempre apressado. Ele preferia viver dez anos a mil do que mil anos devagar.

Já Emílio Dantas não é fisicamente muito parecido com Cazuza, mas o timbre é semelhante. Ele optou por não assistir ao filme estrelado por Daniel para não pegar as nuances do ator. Aliás, antes de ser ator, Emílio Dantas já cantava profissionalmente.  Os dois Emílio também teve muito contato com Lucinha Araújo durante o processo de preparação.

Além de Fejat, Ney Matogrosso e Luiz Melodia, quem tem cantado o repertório de Cazuza é Maria Gadu dentro do projeto Banco do Brasil Covers. As homenagens não param por aí. Há treze anos atrás, foi construída no Leblon a Praça Cazuza. O tempo não para... Cazuza também não!




Fontes:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR64712-5856,00.html
http://guia.folha.uol.com.br/teatro/2014/07/1487321-pro-dia-nascer-feliz-o-musical-ator-fala-da-preparacao-para-viver-cazuza.shtml

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A Espera






O projeto Furo de Pauta do SESC de São João de Meriti apresentou no dia 25 de setembro de 2014 a peça “A Espera” da Cia Teatropelo. Sou suspeito para falar de peça teatral de cunho político e histórico, mas a nova montagem da Cia Teatropelo superou as expectativas ao quebrar a tensão dos anos de chumbo com a dose certa de humor.
            A primeira coisa que me chamou atenção foi o cenário: bonecos decapitados ao fundo e os objetos cênicos como a cafeteira e os ovos. O cantor Tuco, interpretado por Tiago Machado, permanece trancado em seu quarto. Quantos não permaneceram trancados dentro de suas casas ou dentro de si mesmos, enquanto do lado de fora, pessoas morrem ou simplesmente desaparecem? Esperamos tantas coisas de nós e dos outros, e o preço, muitas vezes é caro: a liberdade.
            Tuco espera retomar sua carreira, interrompida pelo regime militar. Espera os músicos enviados pelo seu amigo Mingo. Eis que entra Sebastian (Cláudio Galvão) e o espetáculo começa a fluir. As interpretações são verossímeis. Os atores trabalharam no processo desta peça durante um ano e meio, sob a supervisão do diretor Abílio Ramos. A química entre elenco e direção é visível.
            Um dos pontos mais altos da peça foi a declamação do texto de Raul Seixas, fechando com chave de ouro. Falando em Raul, a trilha sonora escolhida é um espetáculo à parte. As próximas apresentações de "A Espera" serão no Teatro Armando Gonzaga em Marechal Hermes nos dias 03 e 04 de outubro às 20:00 e no dia 05 de outubro às 19:00. 

sábado, 6 de setembro de 2014

Marlene Dietrich - As Pernas do Século


Está em cartaz no Teatro Maison de France, o espetáculo Marlene Dietrich – As Pernas do Século de Aimar Labaki sob a direção segura de William Pereira.  Quem tem a missão de interpretar a diva alemã que se naturalizou americana para combater o Nazismo é Sylvia Bandeira, que chega a cantar em inglês, alemão, russo e francês. Na trama, ela conhece um entregador de bebidas, vivido por José Mauro Brant, que consegue segurar bem a responsabilidade de manter a comicidade do espetáculo. É com ele que ela divide suas memórias. Os dois, ao lado de Marciah Luna Cabral e Sílvio Ferrari dão um show à parte quando cantam, em especial, as músicas Ne me quitte pas, Ruins of Berlin e Lili Marlene.

O autor acerta ao mesclar o presente com o passado, e o diretor, ao conciliar as passagens de tempo com movimentos bem marcados, sobretudo, quando Marlene abandona a poltrona. Roberto Bahal, que também assinou a direção musical de "Palavra de Mulher", mais uma vez mostra seu talento ao assumir os arranjos de Marlene Dietrich. 

Pode-se dizer que Marlene Dietrich tinha as pernas mais famosas do século passado. Aliás, ela era bem mais que duas belas pernas. Foi uma mulher à frente do seu tempo. Se apaixonou por todos os tipos de pessoas, sejam homens ou mulheres, entre eles, Gary Cooper, Edith Piaf, Jean Gabin, Frank Sinatra, Cole Porter e Eric Maria Remarque. Foi atriz de rádio, cinema mudo e falado e televisão, além de ter cantado em cabaré. Sua personalidade era mais visível que seu talento, que só foi reconhecido a partir do filme O Anjo Azul. Trocou Hollywood por Durante a II Guerra, Marlene fez a sua parte. Deixou Hollywood para lutar ao lado dos Aliados na II Guerra Mundial.

Os figurinos, fiés à época dão a elegância  e o intimismo que o espetáculo pede. Não são poucos os que acham que Sylvia Bandeira está em seu melhor momento. Suas expressões são tão ricas que ela nem precisa de maquiagem pesada para reforçar as características de sua personagem, então, com noventa anos. 

MARLENE DIETRICH - AS PERNAS DO SÉCULO
Teatro Maison de France (Av. Presidente Antônio Carlos, 58)
Quinta : 19H30 R$ 60,00
Sexta : 19H30 R$ 60,00Sábado : 20H00 R$ 80,00Domingo : 18H00 R$ 70,00