Do dia para a noite todo
mundo virou crítico, seja de teatro, cinema, televisão, futebol...Esse é o
resultado da liberdade de imprensa, que defendo com todas as forças. Eu mesmo
tenho feito algumas críticas aqui no blog, mas nem sei se posso ser mesmo
considerado um crítico, já que levo muito para o lado pessoal, aliás, fazendo
teatro, não tem como não levar para o pessoal. Não acredito nessa
imparcialidade que alguns críticos dizem ter.
Agora, falando sobre aquele
crítico que escreve em jornais e revistas, que faz disso uma profissão, o
buraco é mais embaixo.
Para quem ele escreve? Para o artista? Para o leitor? Ou para o editor? Agradar
gregos e troianos é bem difícil. O triste disso tudo é ver críticos de teatro
criticando apenas para cumprir a sua função e não porque amam o teatro e
entendem disso. Imagina alguém tecer uma crítica sobre Hamlet de Shakespeare e
não citar a Ofélia... Prefiro não comentar...
Vez ou outra algum ator comenta que não liga para críticas. Não sei como
isso é possível, já que ele precisa ser visto. Não só os atores, mas todas as
pessoas querem ser reconhecidas por seu trabalho.
Eu assisto muitas peças e a modinha da vez, segundo alguns críticos é
aplaudir de pé. O crítico inglês Michael
Billington chamou este hábitio de “hábito sujo”. Por que essa discussão agora? Esses
aplausos poderiam cair sob qualquer atriz em detrimento das grandes divas da
nossa dramaturgia? Será que o público
aplaude já com a intenção de ir embora? O sujeito que aplaudiu e riu do começo
ao fim vai lembrar da peça e recomendar aos amigos no dia seguinte? E a senhora
que não esboçou risos? Será que não achou mesmo graça do espetáculo ou ficou
tão surpresa que não conseguiu reagir?
Eu nunca me fiz essas perguntas, mas creio que o fato de aplaudirem
todas as peças de pé não coloca as peças ditas ruins e as boas no mesmo
patamar. Um ator tem como saber, a partir das reações do público durante o
espetáculo e pelo tempo em que aplaudem, se realmente gostou ou não. Ah, só
para constar, essa é apenas a minha opinião.
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