domingo, 17 de maio de 2020

Mais três poemas sobre viver


Solitude, de Brunno Vianna


Cheiro de chuva
Assobio
Abraço de música
Flores respiram o jardim
Lua na janela
Poema enfeita alma com cor
De cor em cor
Se tem um coração
Começa um dia de solitude
Sem solidão.





Vejo, de Brunno Vianna

Vejo hoje cedo
Nos olhos de outrem, o medo
A rua é um fantasma
Recolhidos do sol e das cores
São aqueles da asma
Vejo a insensatez transvertida de coragem
Quisera o mundo
Que a maresia fosse um poço de miragem
Estar perto já não é certo
A máscara que ofusca também revela
Que a Terra gira em aquarela
E agora retornam as cores
A estado natural de ser
Respira hoje
Na confiança que o próprio tempo
Tem o tempo de acontecer.



Silêncio da cidade, de Brunno Vianna


No silêncio da cidade
Espalho poesia à vontade
Para aquecer a alma
Emanar a calma
E esperar o tempo passar.




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