sexta-feira, 24 de maio de 2019

Pequenos Burgueses


Eu estava fazendo uma pesquisa sobre os artistas russos, quando encontrei “Pequenos Burgueses”, peça de Máximo Górki em um sebo. Justamente pelo fato de ter pouco material de dramaturgia russa, comprei. Não foram as poucas vezes que comparei as conjunturas do tempo/espaço vinculados à obra, no caso, o período pré-revolucionário, com a realidade do Brasil contemporâneo. Sim, a obra, escrita em 1901 se mostra bem atual. Talvez as sociedades é que não tenham mudado tanto assim. 

O texto permite uma reflexão sobre a importância da Filosofia, sobre o armamento e o desarmamento de uma sociedade e sobre o assédio, temas recorrentes em nossos dias. Há um duelo de convicções e ideologias, estampado nas falas e nas das personagens, ainda que integrem o mesmo ambiente familiar.  As mulheres se mostram oprimidas pelas tradições burguesas. As não-casadas eram rejeitadas. Percebe-se, inclusive, o embrião da revolução na figura do proletário Nil.

“Pequenos Burgueses” foi uma das primeiras peças escritas por Gorki. Sofreu muito com a censura, que não conseguiu impedir o seu significativo sucesso no solo russo.  No Brasil, este foi o segundo espetáculo dirigido por Zé Celso do Teatro Oficina, em 1963.





Nenhum comentário:

Postar um comentário